quinta-feira, 18 de agosto de 2011

CUT desmente que aumento para servidores vá descontrolar o Brasil e diz que vai cobrar acordos

A CUT pede licença para novamente contrariar aquilo que os analistas conservadores e o setor financeiro chamam, erroneamente, de bom senso. A Central vai continuar pressionando o governo Dilma a cumprir os acordos salariais fechados com os servidores da União, não apenas porque acordo é para ser cumprido, mas também porque é totalmente falso o discurso de que os reajustes e a reestruturação das carreiras vão descontrolar os gastos do governo e, muito menos, transformar o Brasil numa Grécia, como afirmaram anonimamente, segundo o jornal O Estado de S. Paulo, fontes da equipe econômica.

A avaliação é do dirigente nacional da CUT Pedro Armengol, coordenador do setor público federal da Central. Inclusive essa afirmação nos comparando com a Grécia é ridícula, acentua Armengol.

Aos dados, portanto: os investimentos com os servidores públicos federais correspondem hoje a cerca de 30% das receitas correntes líquidas da União tudo o que sobra depois de o governo ter feito todos os repasses previstos e ainda quitado os juros da dívida pública. Esses 30% estão bem distantes do chamado limite prudencial previsto pela Lei de Responsabilidade Fiscal, estipulado em 50% das receitas correntes líquidas.

Ou seja, mesmo dentro dos limites austeros da Lei de Responsabilidade Fiscal, há muito espaço para o cumprimento dos acordos, fechados no governo Lula, sem nenhum risco para a economia brasileira.

“A questão não é econômica, é ideológica”, ressalta Armengol. “Toda vez que nos vemos frente a dificuldades, como essa crise internacional, os conservadores e os patrões fazem movimento contra os trabalhadores”, completa.

Os acordos com os federais foram concluídos depois de vários anos de debate durante os dois mandatos do ex-presidente Lula algumas categorias só conseguiram fechar ao final do segundo mandato. Muitos acordos tiveram de aguardar o final do processo eleitoral, por conta da legislação que impede reajustes e contratações nesses períodos de campanha. Mas houve inclusive o registro de compromissos prevendo que se Dilma fosse eleita, os acordos seriam cumpridos, diz Armengol.

Além desses detalhes, é preciso recordar sempre, segundo Armengol, que o País utiliza uma margem de recursos muito grande para o pagamento dos títulos da dívida, atrelados à taxa Selic. O Brasil tem a maior taxa básica de juros real do planeta, de 5,16%. A China, por exemplo, tem a taxa real fixada em 0,99%. A Inglaterra, em 4% negativos. O Chile, em 1,72%.

Fonte: CUT Escrito por: Isaías Dalle

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.